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Um abraço de família faz-nos crescer!


O que nos diz um abraço? O que nos faz sentir um abraço? Normalmente sabe bem dar e receber um abraço, em bons e maus momentos, talvez porque abraçar seja uma forma de transmitir afeto, seja em que contexto for: quando celebramos algo bom, quando nos cumprimentamos ou despedimos, quando sentimos saudades, quando aconchegamos, quando confortamos, ou simplesmente quando nos apetece...

Muitos estudos têm demonstrado a importância do afeto, por parte dos pais no desenvolvimento das crianças, em termos da sua autoestima, autoconfiança, identidade, do seu desenvolvimento psicológico, emocional, social e comportamental.

De facto, uma das principais dimensões da parentalidade é o afeto, é o ser caloroso (acarinhar, confortar, elogiar), transmitindo à criança a sensação de ser especialmente valorizada e aceite e proporcionar-lhe relações seguras, estáveis e afetuosas com adultos significativos, com sensibilidade e capacidade para responder de forma adequada às suas necessidades, incluindo as emocionais. O afeto traduz-se de várias formas, sendo que pode ser entendido como o grau em que os pais são sensíveis, aceitam, apoiam e respondem às necessidades dos filhos, seja de forma verbal (ex. um elogio, um encorajamento) ou não verbal (ex. um abraço, um beijinho, uma festa).

Nos primeiros meses de vida a criança não percebe o significado da palavra amor, mas absorve desde logo os sinais emocionais não verbais que os pais transmitem, desde a expressão facial, ao tom de voz, ao toque. Alguns estudos indicam que o contacto físico, por exemplo pelo abraço, é uma forma de estimulação importante para o desenvolvimento cognitivo da criança, para a sua felicidade, crescimento e saúde (devido à libertação de oxitocina), para o seu desenvolvimento e segurança emocional, para a sua capacidade de autorregulação e para fortalecer a relação pais-filhos. A literatura na área do desenvolvimento sugere mesmo que o toque, desde o colo ao abraço, desempenha um papel importante na própria formação da imagem corporal. Indica ainda que quando os pais exibem afetuosidade através de ações como abraçar e acarinhar influenciam o desenvolvimento das relações e do bem-estar emocional dos seus filhos.

A segurança de uma relação calorosa, responsiva e segura com os pais, e outros cuidadores, dá confiança às crianças para explorarem o mundo, e assim aprenderem e desenvolverem-se. Estas relações funcionam como fatores protetores em contextos de stress e dificuldades.

Por tudo isto, abraçar, acarinhar e demonstrar amor através de gestos e palavras faz-nos crescer!

Sugestões:

  • Interagir de forma gentil e afetuosa com os seus filhos, transmitindo amor, segurança e cuidado. Em parte, as crianças aprendem quem são pela forma como são tratadas.

  • Demonstrar os afetos através de palavras e gestos.

  • Nomear emoções, ajudando os seus filhos a compreenderem melhor os seus sentimentos e os sentimentos dos outros.

  • Encorajar os seus filhos a explorar, partilhando o entusiasmo pelas descobertas, estando disponível para os apoiar, e respondendo a necessidades de amor e conforto.

  • Através de interações, pequenas tarefas e brincadeiras, ajude os seus filhos a sentirem-se bem em relação si próprios e às suas competências, para que se sintam valorizados e para que desenvolvam a sua auto-confiança.

  • As famílias têm diferentes formas de mostrar os afetos, diferentes rituais. Dê muitos abraços de família, ou transmita afetos de outras formas, o importante mesmo é transmiti-los.

  • É importante respeitar as necessidades e características individuais dos seus filhos, ajustando a forma como transmite este afeto às mesmas.

Nota: Caso tenha alguma preocupação deve consultar um especialista para avaliar a situação e recomendar a melhor forma de intervenção.

Traduzido e adaptado por Joana Nunes Patrício de Cole, 2012; Cox, 2008; Gupta, Gupta, Schork, & Watteel, 1995; Logan, 2006; www.parentingforbrain.com/children-hugging/

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